quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Deputados pedem a Gilmar Mendes que STF publique decisão oficial sobre diploma

Por Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSA

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, recebeu na tarde desta quarta-feira (4) os deputados Paulo Pimenta (PT-RS), autor da Proposta de Emenda Constitucional 386/09, e Rebecca Garcia (PP-AM), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Diploma, para tratar dos desdobramentos da decisão do tribunal que revogou a obrigatoriedade de formação específica para exercício do Jornalismo.
O deputado Paulo Pimenta, em entrevista à reportagem do Portal IMPRENSA, disse que o objetivo principal da reunião era pedir celeridade na publicação do acórdão do STF a respeito da decisão. Segundo ele, a demora do tribunal em se posicionar oficialmente sobre a questão atravanca outras decisões judiciais e trabalhistas. O deputado citou como exemplo o fato do Ministério do Trabalho ter suspendido a emissão do registro profissional em espera por um posicionamento da instância superior. O ministro compromoteu-se em apressar a publicação do acórdão.
Na opinião de Pimenta, que apresentou a Mendes a proposta de emenda, o argumento usado por contrários à aprovação da PEC de que o Congresso não tem autoridade para mudar a Constituição é inválido, pois, "legislar é uma função da Casa", observou. O deputado avaliou que aceitar a decisão do STF sem quaisquer questionamentos é ser "subserviente".
Ele disse, ainda, que está confiante quanto à aprovação do relatório da PEC na próxima quarta-feira (11) em razão, sobretudo, do apoio da sociedade, da categoria e dos estudantes do país que estão mobilizados.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

5 filmes que todo jornalista deve assistir

Antes de um dever, é uma orientação. Uma humilde lista com belíssimos filmes que devem ser assistidos várias vezes por todos aqueles que produzem ou recebem informação.

Boa Noite e Boa Sorte
(Good night, good luck), 2005
Direção: George Clooney
Um âncora de TV entra em confronto com o senador Joseph McCarthy ao expôr as táticas e mentiras por ele usadas em sua caça aos supostos comunistas. Dirigido por George Clooney (Confissões de uma Mente Perigosa) e com David Strathairn, Robert Downey Jr., Jeff Daniels, Frank Langella e Patricia Clarkson no elenco. Recebeu 6 indicações ao Oscar.

Cidadão Kane
(Citizen Kane), 1941
Direção: Orson Welles
Orson Welles dirige e atua neste clássico do cinema que retrata a ascensão de Charles Foster Kane. Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro.

Mera Coincidência
(Wag the dog), 1997
Direção: Barry Levinson
Na intenção de desviar a atenção do público de um escândalo envolvendo o presidente norte-americano, uma equipe de relações públicas resolve contratar um cineasta para criar uma guerra fictícia. Dirigido por Barry Levinson (Rain Man) e com Dustin Hoffman, Robert De Niro, Anne Heche e Woody Harrelson no elenco. Recebeu 2 indicações ao Oscar.

A Grande Ilusão
(All the King's men), 2006
Direção: Steven Zaillian
Um político populista é eleito governador com a maior margem já registrada no estado. Mas, após eleito, passa a tomar atitudes questionáveis. Dirigido por Steven Zaillian (A Qualquer Preço) e com Sean Penn, Jude Law, Anthony Hopkins, Kate Winslet, James Gandolfini, Patricia Clarkson e Mark Ruffalo no elenco.

A Vida de David Gale
(The Life Of David Gale), 2003
Direção: Alan Parker
O diretor Alan Parker (Evita) leva às telas a história de um professor universitário que luta contra a pena de morte e é condenado a esta pena após ser considerado culpado por estupro e assassinato. Com Kevin Spacey, Kate Winslet e Laura Linney.
Sinopses retiradas do site Adoro Cinema (adorocinema.com.br)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

PESQUISA GESTÃO ESCOLAR

A pesquisa acima foi elaborada pela Fundação Victor Civita e pretende traçar um perfil dos diretores de escolas públicas. Prá quem se interessar, a pesquisa está no link abaixo. Vou comentar aqui apenas um resultado que achei curioso.

98% dos diretores não assumem responsabilidade pelo baixo índice da sua escola no IDEB

Esse resultado é bem curioso. A pesquisa foi realizada com 400 diretores de escolas públicas e apenas 2% dos diretores assumem sua responsabilidade na baixa média de sua escola no IDEB. Segundo eles mesmos, o principal responsável pela má qualidade é o governo (48%), seguido da comunidade (16%), professor (13%) e até o aluno (9%). No livro Ação Integrada: administração, supervisão e orientação educacional, de Heloísa Luck, temos o seguinte trecho sobre as atribuições do diretor de escola:

“É do diretor da escola a responsabilidade máxima quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido, e controlando todos os recursos para tal.Devido à sua posição central na escola, o desempenho de seu papel exerce forte influência (tanto positiva, como negativa) sobre todos os setores e pessoas da escola. É do seu desempenho e da sua habilidade em influenciar o ambiente que depende, em grande parte, a qualidade do ambiente e clima escolar, o desempenho do seu pessoal e a qualidade do processo ensino-aprendizagem.”

Falta de comprometimento pode ser um indício desse resultado alarmante. O diretor, ou gestor escolar, tem como principal atributo zelar pela sua escola, tanto no aspecto da estrutura física como na administração dos envolvidos no processo de aprendizagem, sejam professores, alunos e até a comunidade. Se o diretor não é um dos maiores responsáveis, permanece a pergunta: Quem é o diretor de escola?

http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor_escolar.pdf

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Diploma e curso de jornalismo

Uma discussão muito recorrente e que anda gerando má interpretação entre os envolvidos no tema é sobre a diferença entre a necessidade do diploma de jornalismo e a necessidade do curso superior de jornalismo. A questão aqui é sobre experiência com formação, ou formação com experiência.
Sou a favor do curso, mas não do diploma para o exercício do jornalismo. A principal função do jornalismo é informar, e informação é um direito de todos, não pode e não deve estar nas mãos de alguns poucos e grandes grupos de comunicação, como se poucas famílias pudessem monopolizar e ter o direito de decidir o que pode ser fato (informação) ou não. Parto desse princípio para defender minha posição. No entanto, estudar jornalismo nunca fez e nunca fará mal a ninguém. Aliás, devemos estudar para adquirir fundamentação e bagagem e, para algumas formações, não precisa ser necessariamente dentro de uma faculdade (estou falando especificamente do curso de jornalismo). Existem bons livros e cursos que auxiliam muito no aprendizado da arte de se fazer jornalismo. E para informar, faz-se necessário possuir habilitações que podem ser aprendidas dentro de um curso de jornalismo ou dentro de uma redação. Por isso, ter diploma e ter curso de jornalismo são coisas bem diferentes. Grandes jornalistas foram formandos dentro de grandes redações e outros grandes jornalistas também fizeram curso de jornalismo.

As bases legais do jornalismo

A revista Imprensa do mês de Outubro de 2009 tem como matéria de capa o falecimento do jornalismo, intitulada "Morte anunciada", que tem como responsáveis Pamela Forti, Igor Ribeiro e Ana Ignacio. Na matéria, são elencados os prováveis sete sintomas que seriam os responsáveis por esta falecimento. Um deles é sobre a perda das bases legais do jornalismo e o fim do diploma seria uma delas. A falta de legalidade não está no recurso interposto pelo STF a favor da falta de obrigatoriedade do diploma, e sim, na PEC dos jornalistas que tem como autor o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Essa PEC representa, no mínimo, questionar a decisão máxima da maior instância do Poder Judiciário do Brasil. É bom lembrar que Gilmar Mendes apenas proferiu a decisão da maioria dos responsáveis pela decisão.

Caminhos do jornalismo

Não vou aqui elencar sintomas, e sim caminhos para que o exercício desta nobre função não pereça.

1) Aumentar o comprometimento e, consequentemente, o vínculo com o leitor, para aumentar a credibilidade da informação. O mais importante nesse processo tem que ser o leitor. Faz-se necessário que aumente o cordão umbilical entre o leitor e os donos das publicações. A queda vertiginosa de audiência dos telejornais e da venda de jornais impressos tem como responsáveis a internet mas, principalmente, a omissão constante da informação pelos grandes grupos. Com a internet, a produção da informação e de opiniões se prolifera rapidamente, fazendo com que fatos escondidos acabem vindo à tona;

2) Absorver conteúdos de confiabilidade da internet pelos grandes grupos, principalmente de blogs. Os blogueiros têm que ser parceiros na difusão e análise da notícia, e muitos deles acabam conquistando credibilidade pela lacuna deixada pelos jornalões;

3) Não subestimar a capacidade de análise do leitor na utilização de técnicas manipulativas. Hoje, com a internet, a divulgação da "verdade" é muito rápida e simples. E o leitor está aprendendo a ler jornais e assistir telejornais. Com a democratização, cresceu a mídia independente e, com isso, análises alternativas são distribuídas muito facilmente tanto de forma impressa como em debates na mesa do bar.

4) E trazer o outro lado, princípio básico com grande fundamento ético. Quem ganha é a credibilidade, quem ganha é o leitor, quem ganha é a sociedade e, principalmente, quem ganha é o jornalismo.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Que sejam erguidos os pilares da ética

Oh Deus, quanta degradação moral, quanta falta de vergonha na cara, quanto despudor! As faces não mais ruborizam pelos cometimentos de desvios insanos. Não mais nos envergonha perpetrar deslizes e não assumir responsabilidades. Não nos traz mais constrangimentos a covardia, a falta de honradez, que tanto feria o Homem, com toda a acepção que essa palavra pode transmitir. O que antes feria princípios éticos, hoje nem mais arranha. A barbárie já não impressiona tanto, e não aflora o poder da indignação.
Desvios morais resultam em desvios comportamentais que refletem-se nas atitudes éticas, na etiqueta, como diz o teólogo Mário Sérgio Cortela, que são aquelas pequenas atitudes que praticamos no dia-a-dia, como abrir a porta do elevador para que o outro entre ou dar um sorriso de boas vindas para quem chega. Amesquinha-se o comportamento, deterioram-se valores éticos. Assim, privilégios são oferecidos para os supostamente mais espertos e vilipendiados são aqueles que arriscam manter suas atitudes com correção em meio a um turbilhão de maldades neste jardim repleto de ervas daninhas.
Faz-se necessário, com veemência e urgência, erguer os pilares da ética. Com base e colunas sólidas para que não cedam ao primeiro suborno. E que sejam mantidos com firmeza e solidez, sedimentados com os valores e princípios rígidos, oriundos da melhor massa formada desta mistura feita com braços fortes de várias cores, culturas e regiões do nosso povo brasileiro.

sábado, 23 de maio de 2009

Morre Zé Rodrix, o criador do rock rural

Aos vinte e dois dias do mês de maio deste ano de dois mil e nove nos deixou Zé Rodrix, em virtude de um enfarto. Nascido José Rodrigues Trindade no Rio de Janeiro em 1947, também foi publicitário e escreveu uma trilogia sobre maçonaria. Em 2001, reuniu-se novamente com a dupla Sá e Guarabyra, com quem consagrou-se e criou o Rock Rural. Ao lado de Tavito, Zé Rodrix compôs uma das mais belas canções da música popular brasileira, "Casa no campo", imortalizada na voz de Elis Regina e que reproduzo abaixo em sua homenagem.

"Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais"

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Datena e os brucutus da Veja

Faz tempo que não aguento mais olhar prá cara do Datena na televisão. Quem paga seu gordo salário é a miséria que ele explora na tela todos os dias do seu programa, que lhe dão seus picos de audiência todos os dias. E, com a miséria exposta na tela, ele vocifera, clama por justiça para demonstrar indignação, como clama também do mesmo jeito os ratinhos e leões que existem por aí. A receita é a mesma e funciona muito bem, como demonstra, volto a dizer, os altos índices de audiência que nós, incultos telespectadores, damos a eles de presente todos os dias. Datena deveria nos brindar com uma bela taça do melhor champagne, pois nós merecemos.
E de brucutu ele não tem nada. Datena é um cara moderno, antenado, sabe o que faz e o que o povo quer. O repórter da Veja, ele sim brucutu, se presta a falar bobagens e a ser mais um fantoche, como tantos outros que escrevem na revista, sendo liderado por um tal de Reinaldo Mainardi, ou será Diogo Azevedo? Datena tem razão quando diz que a Veja deixou de averiguar e cobrir supostas compras de votos para a reeleição de FHC. Aliás, a blindagem tucana na Veja já não é de hoje. Há tempos que a revista Veja rompeu com a verdade, com o bom jornalismo, preferindo defender seu posicionamento político e atingir levianamente qualquer um que discorde desse seu posicionamento.
Datena e Veja, apesar das óbvias diferenças, possuem grandes semelhanças. São enormes, peso-pesados, ocupam espaço, físico e virtual. E possuem, pela posição que atingiram, uma enorme responsabilidade. Deveriam usá-la melhor, pois nós, sofridos brasileiros, agradeceríamos.

Destoa-se para chegar no Tom

Como existem caminhos tortuosos para quem quer sair da linha. Já dizia um amigo meu: "Andar na linha é bom, mas toma cuidado que quem anda muito na linha o trem pega".
É sempre muito mais tranquilo seguir o rumo que todos estão seguindo. "Siga o féretro", dizia minha finada vó. É muito mais cômodo, sempre muito mais simples. Não incomoda ninguém. Fazer parte do consenso muitas vezes antecipadamente fabricado, como bem relata o linguista e estudioso de mídia Noam Chomsky, torna a vida de muita gente muito mais prazerosa, principalmente de quem tá no comando, de quem possui as rédeas, de quem goza das benesses que envolvem a esfera do poder. Geralmente esses poucos privilegiados não são muito afeitos à críticas, não suportam serem avaliados. É como aquele detentor da palavra que, no alto do seu pedestal, trazendo em sua bagagem várias especializações nas melhores universidades do mundo, é interrompido por um impertinente simples mortal:

- Vossa excelência, permita-me discordar do senhor?

Desviar-se do caminho supostamente tranquilo nem sempre é tão difícil. A questão é manter-se firme nele. Essas trilhas geralmente possuem muitos obstáculos e, durante seu percurso, muitos vão ficando para trás. Sem apoio, sem contribuições, o grupo fai fraquejando, os suprimentos vão chegando ao fim, vai minguando, até chegar finalmente ao suspiro derradeiro do cansaço.
Destoa-se para chegar no Tom. Com acordes dissonantes a técnica torna-se mais apurada e atinge-se a harmonia, até que todos cantem a mesma melodia. Desvia-se para encontrar o caminho. Quanto maior o comboio, mais longe se chega. A semente tá plantada.
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